Com tantos lançamentos nesse primeiro semestre de 2016, muito provavelmente a capa dessa postagem nem seria a Demi Lovato, mas a cantora se destacou tanto nas vendas do seu mais recente álbum, "Confident", que não poderíamos deixar de prestigiá-la. Ao todo, são 80 mil cópias vendidas no nosso país.
Mas notícias boas não são para todos. Como já era previsto, a tiragem exagerada de 170 mil cópias do "25" da Adele encalhou. É possível ver o disco lotando as prateleiras de lojas em todos os estados.
Abaixo seguem lançamentos mais recentes, como "Lemonade" da Beyoncé e o novo DVD da Pitty, "Setevidas Ao Vivo".
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De clichê familiar à musa do pop nacional, Wanessa Camargo oscilou no mercado fonográfico durante seus muitos anos de carreira. Quando finalmente havia conquistado um público fiel, a cantora faz uma nova (e polêmica) mudança. Entenda tudo aqui.
São anos de estrada. Quinze, para ser mais específico. Wanessa não é nenhuma principiante no mercado musical e merece respeito por isso. Entre tiros e bombardeios causados pelo preconceito resultante do boom de filhos de famosos ingressando no meio artístico em meados dos anos 2000, a filha de Zezé escreveu a sua história, que agora narra um momento no mínimo incoerente.
Tudo começou na zona de conforto do pop romântico, muito comum e facilmente abraçado pelas rádios naquela época. Muitos foram os hits que embalaram o Brasil, "O Amor Não Deixa", "Eu Posso te Sentir" e "Um Dia... Meu Primeiro Amor" são exemplos fortes disso. Com uma baita influência do country americano, Wanessa Camargo foi conquistando seu público.
Embora a veia romântica se fizesse presente à cada álbum lançado, Wanessa foi se mostrando influenciada pelas tendências do pop em coreografias tímidas porém ousadas para a época. A sonoridade foi sendo levemente modificada ao decorrer dos anos, ganhando músicas com batidas à la Britney Spears, como é o caso de "Eu Quero Ser o Seu Amor", "Me Engana que Eu Gosto" e "Amor, Amor".
Agradando um público cada vez mais específico, a cantora decidiu assumir a postura de garota pop, tomando uma importante iniciativa para a consolidação da sua identidade: assumiu o estilo, tirou o carregado sobrenome Camargo para melhorar a sonoridade do seu nome artístico e deu vida a uma nova era.
Assim chegou "Meu Momento", disco que abria portas para Wanessa na música pop brasileira e no coração do público GLS, que começou a denominá-la como diva pop das terras tupiniquins. O single de estreia, parceria forte com o rapper americano Ja Rule, foi #1 nas rádios brasileiras.
O álbum seguinte anulava de vez o português do repertório. Wanessa, coerentemente, observou que o estilo musical onde tinha decidido fincar os pés, não combinava com a sua língua original. A partir daí nasceu "DNA", melhor álbum da carreira da artista, abraçado pela crítica e pelos fãs.
Com o lançamento, vieram múltiplas apresentações em programas de TV, clipes super bem produzidos, um DVD de sucesso e vários shows pelo país, a sua grande maioria em baladas gays. Para um público fiel, porém pequeno.
Wanessa quis mais. E aí resolveu mudar. Mais uma vez.
Depois de anos em um jejum quase que interminável, justificado por um longo processo criativo da cantora, que havia afirmado que o novo trabalho seria cem por cento autoral, veio o misterioso rompimento com a Sony Music, mas o mistério logo teve seu fim: Wanessa resolveu colocar o pop numa gaveta trancada e seguir carreira no sertanejo universitário, lançando os singles "Coração Embriagado" e "Vai Que Vira Amor".
Coincidência ou não, a escolha veio na mesma época onde finalmente cantoras do sexo feminino desse mesmo gênero começaram a ganhar destaque nas multidões que lotam os shows de música sertaneja, como é o caso de Maiara e Maraísa e Marília Mendonça.
Aí veio a revolta do público fiel de Wanessa. Como todos sabem, o pop é um estilo quase que avesso ao popularizado sertanejo.
O que mais irritou quem seguia a cantora até então e aos críticos de plantão foram os argumentos incoerentes usados por ela.
Em primeiro lugar, Wanessa trouxe de volta o Camargo, justificando um pedido do avô (mas gen-te, desde quando você desfaz o seu nome de carreira por um pedido de qualquer familiar que seja? Vale lembrar que a mudança de um nome artísticos traz transtornos burocráticos drásticos, ou seja, tem que se ter muita certeza do que quer para fazer isso).
Outro fator forte e primordial para tamanha revolta foi a até então justificativa de um álbum completamente autoral para o novo e aguardado disco, sendo que nenhuma das duas músicas novas divulgadas pela cantora são suas.
Ficou feio. Wanessa ainda afirmou que estava mudando de estilo porque quer cantar para públicos maiores à partir de agora. Magoou. Magoou profundamente quem esperava por um lançamento depois de tantos anos. Machucou. A falta de transparência machucou e irritou a todo mundo que curtia o trabalho da moça.
Wanessa Camargo, como ela faz questão de se autointitular à partir de agora, parece ter esquecido do preconceito que sofria no início da carreira por esse mesmo público que agora ela quer abraçar. Agora nos resta esperar para ver se o tão sonhado sucesso em massa chega. Se não chegar, talvez Wanessa precise curar seu coração embriagado pela ganância de tentar ser algo que não é.