"Tanta coisa fora ao do lugar ao meu redor
Minha parte dentro de você já foi melhor
Um retrato que ficou, enquanto tudo passou na poeira do tempo
Mesmo assim não quero te deixar, não há razão
É preciso ainda enxergar na escuridão
Espero, faço que não sei e, quando a noite cai, eu espero pra ver
E na verdade você sabe bem que eu não me iludo
Que eu tenho tudo de você
Por isso mesmo não há mais ninguém na cidade inteira que assim te queira
Como eu
Brilho só aumenta a solidão com nitidez
A paisagem presa a flutuar, mais uma vez
Quanto tempo vai durar a incerteza no olhar, o perigo das horas?
Mesmo assim eu tento escrever uma canção
Espero, faço que não sei e, quando a noite cai, eu espero pra ver
E, na verdade, você sabe bem que eu não me iludo, que eu tenho tudo de você
Por isso mesmo não há mais ninguém
Na cidade inteira
Que assim te queria
Como eu
O tempo passa e eu não posso deixar de dizer
Não, não vá embora
Nunca mais, agora ou depois
As outras tardes você guarde bem
Nesse coração, onde não há pecado nem perdão."