Aí você descobre que não é suficiente. E vem a decepção pelo esforço diáro em vão. Esforço esse que por mais espontâneo que seja, sempre espera algo em troca. Algo que parece tão simples, mas para o outro não é. E seguir adiante. Exercitar a paciência. Sair em busca da chuva fina, que traz consigo as gotas da felicidade.
"Você nunca poderia ser um rosto na multidão, você está viajando, viajando por aí. Bem, você sabe que eu não diria em voz alta, mas eu estarei viajando, viajando com você. Ei, eu sou muito fraca, fácil de combater. Mas, agora, não consigo pensar em nada, só vou tentar perseverar. Não posso acreditar no que está acontecendo agora. Se você perceber que eu estou ficando para trás, não estou me apressando, estou apenas consumindo tempo, então, ligue para mim quando chegar no seu destino, eu estarei viajando com você. Ei, não seja tão severo consigo mesmo, eu ficarei bem. Nós não sairemos desse lugar pior do que chegamos. Não posso acreditar no que está acontecendo agora. Amo a maneira como isso está acontecendo agora."
2012 foi, sem sombra de dúvidas, um ano de grandes descobertas no mundo musical. Uma que vai ficar marcada para sempre é Christina Perri. A garota que nasceu e se criou na Pensilvânia conquistou o mundo com a sua sensibilidade e amargura, expressa no primeiro single "Jar of Hearts", que se tornou um dos maiores sucessos da história do Reino Unido.
Perri fincou de vez raízes nos corações despedaçados com o EP "The Ocean Way Sessions", que carregava uma versão ao vivo de "Jar of Hearts" e mais quatro canções inéditas. Isso era uma amostra do que viria logo depois no disco de estreia, "Lovestrong".
Lembremos as composições e melodias desse EP que entrou pra história da música pop melancólica.
"Toda a minha vida você sabe que eu não fui muito forte no amor, houveram tantas brigas que eu lutei e nunca ganhei, então eu decidi que deveria desistir. E dizem por aí que ela fez pra você o que você fez para mim. Cinco, quatro, três, dois, um: bang bang bang, garoto. Você caindo caindo, garoto, no chão, onde deixou o meu coração, garoto. Bang, você foi baleado. Karma tem um gosto tão doce. Infelizmente, para garotas como eu, existem outros iguais a você, burlando e quebrando regras, e nós estamos fazendo exceções também. Mas, como é a sensação de nadas em suas próprias lágrimas? Você mentiu, eu desmoronei, mas agora você sabe bem como é."
"E eu queria dizer isso há algum tempo: meu coração não é mais triste e machucado, e as suas palavras já não significam nada, elas são cantadas em vão. Talvez eu tivesse errada, só me lembro de me sentir tão sozinha. Não era esse o lugar onde eu deveria me deitar, mas você cavou esse túmulo, se adapta perfeitamente a mim. E se você está se perguntando se eu superei o amor, você deve ser um tolo por achar que me deu algum."
"Finalmente a sua hora chegou, agora é minha chance de virar e fugir, como eu sempre faço. Construí uma história na minha cabeça, era amor quando nos conhecemos. Feliz com a minha ideia com você. Fique onde está. Por favor, não parta o meu coração. Te amo em meu devaneio, "não abra a sua boca. Tudo o que eu sempre precisarei, estrague agora. Você se levantou e eu caí..."
"Se você pudesse imaginar o significado de uma tragédia, você poderia ficar surpreso ao saber que é como eu e você. Quando se trata dele, você nem se importa. Oh, então eu choro, mas agora eu digo adeus. Eu não vou ser feita de boba. Não chame isso de amor. Quando você decidiu que eu não tinha o suficiente para comprar? Perdoei e esqueci de tudo mil vezes, pelo fogo e noites sem dormir. Eu não vou ser feita de boba, não chame isso de amor."
"Eu sei que eu não posso dar mais nenhum passo até você, pois tudo o que me espera é arrependimento. Você sabia que eu não sou mais um fantasma? Você perdeu o amor que eu mais amei. Eu aprendi a viver metade viva, e agora você diz que me quer mais uma vez. Quem você pensa que é? Correndo por aí, deixando cicatrizes, coletando potes de corações, despedaçando amores. Você vai congelar com o gelo que há dentro da sua alma. Então, não volte pra mim. Quem você pensa que é?"
Êba! A "brincadeira" virou coisa séria e a gente tá muito feliz. A pernambucana Clarice Falcão, que ficou mega famosa por seus vídeos engraçados no Youtube, onde cantarola composições recheadas de humor negro, acabou de lançar uma prévia do seu CD que estreia no ano que vem.
O EP contém quatro músicas, sendo três sucessos já consagrados pelo canal de Falcão no Youtube e uma inédita. O trabalho garantiu a terceira posição na parada brasileira do iTunes.
Mas o melhor mesmo é o videoclipe. "Uma Canção Sobre o Amor (Ah, o Amor)", virou apenas "Oitavo Andar", ganhou um arranjo mais completo e um videoclipe um pouco... ahn... um pouco que macabro, desagradando alguns. Mas o que importa? Clarice é Clarice, e a gente tá é muito feliz e recebendo-a de braços abertos no cenário da nova música popular brasileira.
Confiram letra e vídeo de "Oitavo Andar (Uma Canção Sobre o Amor)".
"Quando eu te vi fechar a porta, eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar, onde a dona Maria mora, porque ela me adora e eu sempre posso entrar. Era bem o tempo de você chegar no "T", olhar no espelho o seu cabelo, falar com seu Zé e me ver caindo em cima de você, como uma bigorna cai em cima de um cartoon qualquer. E aí?! Só nós dois no chão frio, de conhinha, bem no meio fio. No asfalto, riscados de giz, imagina que cena feliz! Quando os paramédicos chegassem e os bombeiros retirassem nossos corpos do Leblon, a gente ia para o necrotério, ficar brincando de sério, deitadinhos num bem-bom. Cada um feito um picolé, com a mesma etiqueta no pé. Na autópsia daria pra ver, como eu só morri por você. Quando eu te vi fechar a porta, eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar, invés disso eu dei meia volta e comi uma torta inteira de amora no jantar."
Ah, que delícia é essa revoltinha da Taylor Momsen e a sua The Pretty Reckless. O novo single, "Kill Me", foi divulgado essa semana e é de arrasar. As declarações pessoais de Momsen continuam sendo as protagonistas das batidas de metal rock.
Confiram vocês mesmo o musicão e sua tradução. A-mei!
Numa manhã quase que melancólica, me deparo com o novo disco de Zélia Duncan, "Tudo Esclarecido". Desprezo todas as faixas, talvez por estar numa vibe mais romântica e sensível e o trabalho ser alternativamente mais alegre, mas me agarro com todas as forças em "Mal Menor", faixa número quatro do CD e com uma letra reflexiva. Compartilharei:
"Você vai notar olhando ao redor que sou dos males o menor. Pode até contar com o meu amor, daquilo que seja lá o que for. Sofrer é antigo, por isso que digo: basta estar vivo para correr perigo. Pra tudo, conte comigo. Darei meu abrigo, se quiser abrigo, se for pra brigar por você, também brigo. Pra tudo, conte comigo."
Muitas vezes o caos nos leva a um passado aliviador. Talvez uma forma de amenizar as dores do presente tão inquieto e inconstante. Assim me sinto.
De volta a 2009.
"No meio da madrugada apagada e sem ar, me deparei com o seu rosto nos meus olhos ao fechar. A janela suada não ventila a minha agitação, afogada no último gole de água que eu engulo seco pra fugir das suas investidas, nas batidas contadas na minha fachada. Vai ver que ando pensando em diluir a concentração e não me deixar nessa guerra sem armas. Mas se eu te convidar pra entrar, aceite. Não me poupe dos seus lisos abraços. Eu sei, pode valer a pena, só não sei te prender, nem consigo acompanhar os seus passos. Não, não é tão difícil ceder aos seus doces caprichos, mesmo quando sei que acabo mal. Com o olhar seguro, postura de quase imaturo pra me convencer que eu é que não estou normal."
Eu amo a vibe da inglesa Amelia Lily. Nem roqueira, nem princesinha do pop e muito menos "sem sal". Lily parece pegar um pouquinho de cada estilo musical para fazer a sua identidade. Isso já pôde ser visto em "You Bring me Joy" e agora se confirma no novo videoclipe da cantora.
"Shut Up (And Give Me Whatever You Got)" é forte, itensa, gritada e dramática. Do jeitinho que eu gosto. Cheia de atitude! Confiram:
"Cale-se e me dê o que você tiver. Oh, sim, minha mente está me pregando peças. É a mesma coisa, como sempre foi. Vendo coisas pelo canto do meu olho. Bem, você vai ser meu? Esperando por uma sessão e agora sentimos a pressão. Tome um pouco para descansar, porque agora você aprenderá a lição. Você gosta muito disso, cale-se e me dê o que você tiver. Estou cansada de esperar. Você não aguenta? Oh, querido, você está desmoronando, apaixonando-se enquanto eu parto o seu coração..."
Quem me conhece bem, sabe que eu preciso de música como preciso de ar. Hoje me perdi numa das faixas mais incríveis que já ouvi da norte-americana Norah Jones. A introspectiva "After the Fall", presente no disco mais recente de Jones, tem uma melodia inacreditavelmente alucinógena. Nessas ocasiões eu me julgo muito, mas muito feliz por ter o hábito de garimpar músicas tão incríveis.
Vejam o live oficial de "After the Fall", no programa do Letterman.
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